TQMLDV PARTE 01

 


É ano novo (2013). Eu e o Dan estamos juntos! Eu estava feliz, mas só durou uma semana. No dia 8 de janeiro eu comecei a passar mal, enjoos pela manhã, dor de cabeça. Não sentia mais vontade de fazer sexo com Daniel. Começamos a brigar, por quaisquer coisas. Ele não entendia que eu não estava me sentindo bem. E começou a me culpar pela Melissa perder o bebê, o que me deixava muito mal. Passei duas semanas vomitando, e chorando e ele nem sequer se esforçava pra entender que tinha alguma coisa errada comigo. No dia 25 de janeiro meu nariz começou a escorrer sangue, e comecei a vomitar sangue. Estava fraca, mal conseguia andar. Mas criei coragem para me levantar da cama e tomar café da manha com ele. Mas quando cheguei à cozinha ele estava passando a mão na bunda da empregada, beijando e sorrindo com ela. Eu tentei voltar pro quarto mas esbarrei em uma mesa e derrubei um porta retrato. Com o barulho ele correu para ver o que era. E começou a gritar comigo, eu pedi para ele parar de gritar e comecei a chorar. Meu nariz começou a escorrer sangue, minhas pernas tinham sangue escorrendo, comecei a tossir e mais sangue. Então desfaleci, ele correu e me pegou, me segurou, ficou gritando meu nome, e cada vez eu o ouvia mais longe até que apaguei. Acordei no hospital. A notícia era: você está grávida! Mas o Dan estava chorando, a notícia era boa, mas parecia que não. Então o médico disse: - no entanto você tem leucemia também. E começou a explicar várias alternativas, mas eu não conseguia prestar atenção e nem ouvi, fiquei estática. Chamei o Dan e pedi a ele meu diário. Eu queria escrever para poder e conseguir superar e entender tudo aquilo. Os dois saíram do meu quarto, e eu fiquei ali com meus pensamentos e a única coisa que eu lembrava era o Dan com a empregada. Agora eu tinha um bebê e uma doença fatal. Eu lutei pelo Dan suportei tudo e claramente aquilo que eu tinha visto em casa só provava que ele não mudou nem se importava comigo. Vou lutar pelo meu bebê. Vou achar alguma forma de continuar viva, e ter o meu filho. Já era 15h da tarde quando o Dan apareceu. Eu pedi para ele sair, que eu ia escrever depois ele ia ler quando eu terminasse. Ele saiu. Comecei a escrever.


Acabou seu tempo...

 Foi até bom o nosso seja lá o que tenha sido.

 Foi até bom o seu beijo. 

Foi até bom seu carinho. 

Não vou negar foi até bom, mas esperava mais e você sabia. 

Prometeu mudar, fazer diferente. 

Prometeu ser melhor, mas foi só promessa. 

Suas palavras são apenas isso, palavras... 

Esperei a mudança, esperei e paguei para ver você melhorar. 

Paguei caro com juros altos. 

E continuo pagando para ver, Até HOJE. 

Não quero mais desculpas, nem mais promessas vazias. 

Não quero ter que implorar por algo que tem que ser dado, voluntariamente.

 Claramente você não quer, e eu cansei de esperar. 

Depois não venha me dizer, que eu não lutei por nós,

 Não tenha essa audácia.

 Se você não quer, e cansei de esperar... 

Seu tempo acabou! 

Não era o que você tanto procurou... 

Eu desisti! 

De você, de nós, da nossa história. 

Faça o que quiser... 

Não tem mais tempo para nós... 

Acabou! 

25 de janeiro de 2013 

Com os olhos cheios de água, mandei chamar o Daniel. Ele entrou no quarto, dei a ele o diário e disse para ele ler todas as páginas e depois levasse o diário para o meu apartamento. Fiquei olhando do quarto, ele ler o diário. Vi ele enxugando as lágrimas, se levantando e indo embora. Agora eu tinha que decidir o que eu ia fazer com o meu bebê, e com o tratamento da leucemia. Uma informação: (A leucemia e o linfoma de Hodgkin não ocorrem com frequência durante a gestação. Os medicamentos contra o câncer que costumam ser usados para tratar esses tipos de câncer aumentam o risco de aborto espontâneo e defeitos congênitos. Uma vez que as leucemias podem se tornar fatais rapidamente, a mulher é tratada assim que possível, sem esperar pelo amadurecimento do feto. Caso o linfoma de Hodgkin esteja presente apenas nas regiões acima do diafragma o músculo que separa o tórax do abdômen, é possível usar radioterapia e o abdômen é coberto para proteger o feto contra a radiação. Caso o linfoma esteja presente nas regiões abaixo do diafragma, um aborto pode ser recomendado pelo médico.) Agora eu tenho que tomar uma decisão, mas eu não sei o que fazer agora. O doutor Mauro entrou no meu quarto, para saber qual a minha decisão. Precisava tomar uma decisão difícil, não sei se foi a certa, mas eu vou esperar o bebê ter uns sete meses mais ou menos, onde eu poderia fazer o parto, e logo após fazer o tratamento com radiação. O doutor ficou meio cético, mas concordou e disse que ia me acompanhar na gestação. Passou duas semanas e eu tive um aborto espontâneo. Tive que ir às pressas para o hospital, desmaiada. Quando acordei o Dan estava lá segurando a minha mão. Eu perguntei o que ele estava fazendo lá. Ele disse que o hospital, por que ele era o meu contato de emergência. Eu fiquei arrasada quando ele disse que o nosso bebê estava no céu agora, e ia voltar para nós quando a gente se ajeitasse e parasse de se sabotar. Eu ri. E depois chorei. Ele disse que me amava de verdade sim, e que eu era o amor da vida sim, e fui com certeza o primeiro amor dele. “essas foram suas palavras.” Mas não demonstrei nada por enquanto. Estava com medo de demonstrar amor de novo, e me lascar de novo e de novo. Eu precisava saber a intenção dele. Se for realmente amor ou só medo de ficar só.


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